Wednesday, August 23, 2006

De repente pareceu tudo mais claro

Sem os efeitos secundários da poesia tudo parece mais claro. Eu e tu e o nós que não houve. O romantismo que lá não estava. E o amor que, afinal, nem havia.
És a minha memória favorita. E hoje já não és mais nada. Esta noite, ainda me vou deitar e sonhar com os momentos que vivi onde tu foste figurante. E amanhã também. E talvez depois. Até que a memória fique gasta e eu já não saiba o teu sorriso. Até que os olhos se turvem e já não veja as tuas mãos. E aí, à falta de melhor, vou arranjar outra memória e nunca mais vou usa-la até ao fim.

Fechei o coração para remodelações e tu pareces-me menos.

1 comment:

Carlota Rebelo said...

A memória não é eterna, e de certa forma ainda bem que não o é, porque há certas passagens da vida, que só devem ser recordadas durante algum tempo e não para sempre.
Obrigado pelo add, e claro que está retribuido.
Beijo, Carlota*