Saturday, August 26, 2006

i love the sound of you walking away

Amor, era meu medo que lesses e não percebesses o que queria dizer com todas aquelas palavras emplumadas e inuteis. Mas o medo passou. Tu nunca lês aquilo que eu escrevo para mim, sobre ti quase sempre. Nunca leste. Amor, as minhas palavras e as frases foram gastas para ti, não por ti. É pena, que eu oferecia-te todas. Se soubesse sequer onde andas fazia uma compilação, manuscrita, de tudo o que já escrevi e entregava em mão, com certeza que não se perdia no caminho. Gostava de te olhar nos olhos depois de leres, de saber se alguma coisa mudava em ti. Ao menos ouvir-te dizer que nada daquilo tinha sido real, que era só uma hipérbole minha, com a mania dos romantismos. Ver-te virar as costas e ir embora com a compilação, encadernada a veludo vermelho, debaixo do braço como quem leva um album que não é seu. E quiçá eu pudesse também virar as minhas costas e ir embora, sem cair na tentação de olhar para trás.

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